Shanghai - People´s Square e Museu de Arte Contemporânea
Dando continuidade ao nosso diário de Xangai, vou falar sobre o dia em que mais batemos perna em toda a viagem. Sério, acho que andei por umas 4 horas no total. Isso seria ok, tirando que foi justamente no dia em que uma onda de calor atingiu a cidade. Digamos que eu resolvi dar uma de Forrest Gump no auge do sol quente, com uns 37 graus. Nada esperto, né? É. A gente faz escolhas erradas, mas o importante é aprender com elas.
Saímos cedo em direção ao People´s Square, um parque que parecia, pelo mapa, ficar perto do hotel. O fato de ser uma caminhada em linha reta na Nanjing Road me encorajou. Xangai é uma cidade gostosa para flanar, mas é preciso tomar cuidado com as motos e bicicletas que dividem espaço com os pedestres...na calçada! O risco de atropelamento é real e eles vêm de todos os lados. Outra coisa que merece atenção é a hora de atravessar as pistas: mesmo com o sinal aberto para pedestres, motos e bikes (e carros, que eu vi também!) podem vir pela faixa mais rente à calçada. É como se essa faixa ficasse sempre livre, não sei, teria que pesquisar mais. Em todo caso, cuidado redobrado!
Depois que fiquei mais malandra em relação a isso, foi mais tranquilo seguir até o parque. Estava eu feliz e faceira quando o sol começou a esquentar muito. A caminhada agradável foi se tornando interminável e eu me sentia personagem de Vidas Secas. Dei muita água para o Filipe, o protegi com uma sombrinha e parei diversas vezes nos shoppings do caminho para curtir um ar condicionado.
Depois de mais de uma hora andando, finalmente chegamos ao People´s Square. É um parque enorme que fica em frente à estação de metrô de mesmo nome. Recomendo fortemente o passeio. Além de o parque ser bem gostoso, há diversas atrações por perto. É lá, por exemplo, que ficam o Museu de Arte Contemporânea (MOCA) e o Shanghai Museum. Tem um cinema bem charmoso chamado Grand Theatre atravessando a rua. Enfim, ali é o centro de tudo e dá tranquilamente para passar o dia explorando as redondezas.
Lipe finalmente saiu do carrinho e aproveitou para correr e brincar. Passamos pelo lago das carpas com belíssimas vitórias-régias e seguimos para o jardim de flores de lótus, que foi uma das coisas mais incríveis que eu já vi na vida. Pura aisthesis. Fiquei ali em estado de graça um tempo, enquanto o Filipe me puxava (literalmente) para a vida real. Havia um músico tocando um teclado mais à frente e ele queria chegar perto para curtir o som. Cada um com sua experiência estética! Era a vez do Lipe e lá fui eu levá-lo para prestigiar os músicos do parque.
Em seguida, fomos visitar o Museu de Arte Contemporânea. Hora de voltar para o carrinho. Acho que ele ficou tão chateado por ter sido contido que resolveu dar um piti daqueles. Zé Gritinho entrou em cena e ameaçou barbarizar na exposição. Como não era nada imperdível para mim, dei uma olhada geral e fiquei no máximo 15 minutos. Ser mãe é estar sempre colocando as coisas na balança. Se fosse a exposição da minha vida e ele estivesse dando alteração, eu certamente investiria energia em tentar confortá-lo com o fato de estar preso no carrinho. Como não era, cedi e fomos aproveitar novamente ao ar livre.
Saindo do museu, já solto, Lipe começou a pular e a subir uma rampinha. Eu fiquei ali, ao lado, só observando a brincadeira. Daqui a pouco juntaram umas três crianças e começaram a imitá-lo, inclusive nos sons. Brinco que ele puxou um happening na porta do Museu de Arte Contemporânea. Depois de muito brincar e abraçar a amiguinha chinesa (parecia que eles se conheciam há séculos), andamos mais um pouquinho e resolvemos almoçar no restaurante do parque, que fica em frente ao lago das carpas.
Barbarossa é o nome do lugar. Pensem num restaurante charmoso! A comida não é maravilhosa, mas a vista vale cada centavo. O menu executivo deles inclui uma sopa ou salada, prato principal, sobremesa e café/chá. Ah, eles têm promoção de drinks no happy hour, viu? Fica a dica. Acabei comendo um sanduíche de rúcula. Como eu tinha andado léguas debaixo do sol quente e estava exausta, pedi uma taça de prosecco, porque eu não sou obrigada! :P Muito perua, né? Parece lindo, mas apreciar seu drink com o filho querendo batucar com a colher ou jogar a comida no chão não tem lá muito glamour. Inspira e expira, Danyella. A vida agora é assim. Até os momentos perfeitos ficam cheios de imperfeições - e a gente, no fundo, não trocaria por nada a companhia dos pequenos!
Depois do almoço, caminhamos vagarosamente pela sombra até chegarmos ao parquinho das crianças. Era um parque no melhor estilo Nicolândia (quem é de Brasília vai entender a referência, até porque eu só tenho essa mesmo), desses com bate-bate e mini montanha-russa. Lipe foi barrado na maioria dos brinquedos. O único em que pudemos ir foi o Carrossel. O ingresso era barato (acho que 10 CNY), mas o calor era tão absurdo que eu não aguentei ficar muito tempo por ali.
Voltamos para a casa andando, porque eu fiquei com medo de pegar o metrô. A verdade é que eu olhei em volta e só vi escadas enormes que levavam à estação. Fiquei com preguiça de descer e subir com Lipe no carrinho - ou então administrar um carrinho dobrado e Filipe-de-mãos-dadas-querendo-fugir. Sou do tipo que é movida pela raiva às vezes. Fiquei tão pê da vida com a falta de acessibilidade que criei energia para andar mais 1 hora. Anger is an energy, já diria a letra do PIL. Run, Forrest, run.
Chegamos no hotel a tempo de pegar uma piscininha para refrescar. Mais tarde, vi no jornal que Xangai havia sido atingida por uma onda de calor que maltratava o Hemisfério Norte. Estava explicado.
João chegou no fim da tarde e nos convidou para passear no The Bund, talvez o principal ponto turístico de Xangai. Eu estava exausta, mas topei ir - porque eu sou pé de rua mesmo! Pegamos um taxi e chegamos à orla do Rio Huangpu no fim da tarde. De lá, dá pra ver os prédios que são cartões-postais da cidade, como a torre Pérola Oriental e o famoso Abridor de Garrafas (Shanghai World Financial Center).
O passeio no The Bund era para ser apenas uma brisa, algo tranquilo para relaxar depois de um dia cansativo. Que nada! Muitas coisas aconteceram nesse fimzinho de dia, mas isso será assunto para o nosso próximo post.
** Restaurante do dia - Barbarossa, no People´s Square **
Ponto alto: vista maravilhosa e drinks com preços em conta para a zona turística (prosecco de qualidade por 30 CNY). Relativamente kid friendly, com cadeirinha, prato e colher para as crianças. Também oferecem kids menu, se não me engano.
Ponto fraco: a comida é boa, mas nada extraordinária para o preço cobrado. Lugar bom para beber e curtir a vista
★★★ Mãe Viajante deu 3 estrelinhas
Saímos cedo em direção ao People´s Square, um parque que parecia, pelo mapa, ficar perto do hotel. O fato de ser uma caminhada em linha reta na Nanjing Road me encorajou. Xangai é uma cidade gostosa para flanar, mas é preciso tomar cuidado com as motos e bicicletas que dividem espaço com os pedestres...na calçada! O risco de atropelamento é real e eles vêm de todos os lados. Outra coisa que merece atenção é a hora de atravessar as pistas: mesmo com o sinal aberto para pedestres, motos e bikes (e carros, que eu vi também!) podem vir pela faixa mais rente à calçada. É como se essa faixa ficasse sempre livre, não sei, teria que pesquisar mais. Em todo caso, cuidado redobrado!
Motos e bicicletas dividem espaço com pedestres na calçada |
Bikes e motos, aliás, estão por toda parte! |
Depois que fiquei mais malandra em relação a isso, foi mais tranquilo seguir até o parque. Estava eu feliz e faceira quando o sol começou a esquentar muito. A caminhada agradável foi se tornando interminável e eu me sentia personagem de Vidas Secas. Dei muita água para o Filipe, o protegi com uma sombrinha e parei diversas vezes nos shoppings do caminho para curtir um ar condicionado.
Depois de mais de uma hora andando, finalmente chegamos ao People´s Square. É um parque enorme que fica em frente à estação de metrô de mesmo nome. Recomendo fortemente o passeio. Além de o parque ser bem gostoso, há diversas atrações por perto. É lá, por exemplo, que ficam o Museu de Arte Contemporânea (MOCA) e o Shanghai Museum. Tem um cinema bem charmoso chamado Grand Theatre atravessando a rua. Enfim, ali é o centro de tudo e dá tranquilamente para passar o dia explorando as redondezas.
Chegada no People´s Square: livre, finalmente! |
Logo na entrada ele já achou algo para brincar! |
Lipe finalmente saiu do carrinho e aproveitou para correr e brincar. Passamos pelo lago das carpas com belíssimas vitórias-régias e seguimos para o jardim de flores de lótus, que foi uma das coisas mais incríveis que eu já vi na vida. Pura aisthesis. Fiquei ali em estado de graça um tempo, enquanto o Filipe me puxava (literalmente) para a vida real. Havia um músico tocando um teclado mais à frente e ele queria chegar perto para curtir o som. Cada um com sua experiência estética! Era a vez do Lipe e lá fui eu levá-lo para prestigiar os músicos do parque.
Em seguida, fomos visitar o Museu de Arte Contemporânea. Hora de voltar para o carrinho. Acho que ele ficou tão chateado por ter sido contido que resolveu dar um piti daqueles. Zé Gritinho entrou em cena e ameaçou barbarizar na exposição. Como não era nada imperdível para mim, dei uma olhada geral e fiquei no máximo 15 minutos. Ser mãe é estar sempre colocando as coisas na balança. Se fosse a exposição da minha vida e ele estivesse dando alteração, eu certamente investiria energia em tentar confortá-lo com o fato de estar preso no carrinho. Como não era, cedi e fomos aproveitar novamente ao ar livre.
Saindo do museu, já solto, Lipe começou a pular e a subir uma rampinha. Eu fiquei ali, ao lado, só observando a brincadeira. Daqui a pouco juntaram umas três crianças e começaram a imitá-lo, inclusive nos sons. Brinco que ele puxou um happening na porta do Museu de Arte Contemporânea. Depois de muito brincar e abraçar a amiguinha chinesa (parecia que eles se conheciam há séculos), andamos mais um pouquinho e resolvemos almoçar no restaurante do parque, que fica em frente ao lago das carpas.
Barbarossa é o nome do lugar. Pensem num restaurante charmoso! A comida não é maravilhosa, mas a vista vale cada centavo. O menu executivo deles inclui uma sopa ou salada, prato principal, sobremesa e café/chá. Ah, eles têm promoção de drinks no happy hour, viu? Fica a dica. Acabei comendo um sanduíche de rúcula. Como eu tinha andado léguas debaixo do sol quente e estava exausta, pedi uma taça de prosecco, porque eu não sou obrigada! :P Muito perua, né? Parece lindo, mas apreciar seu drink com o filho querendo batucar com a colher ou jogar a comida no chão não tem lá muito glamour. Inspira e expira, Danyella. A vida agora é assim. Até os momentos perfeitos ficam cheios de imperfeições - e a gente, no fundo, não trocaria por nada a companhia dos pequenos!
Prosecco com piti. Quem quer? |
Restaurante Barbarossa: vale pela vista e pelos drinks! |
Depois do almoço, caminhamos vagarosamente pela sombra até chegarmos ao parquinho das crianças. Era um parque no melhor estilo Nicolândia (quem é de Brasília vai entender a referência, até porque eu só tenho essa mesmo), desses com bate-bate e mini montanha-russa. Lipe foi barrado na maioria dos brinquedos. O único em que pudemos ir foi o Carrossel. O ingresso era barato (acho que 10 CNY), mas o calor era tão absurdo que eu não aguentei ficar muito tempo por ali.
Voltamos para a casa andando, porque eu fiquei com medo de pegar o metrô. A verdade é que eu olhei em volta e só vi escadas enormes que levavam à estação. Fiquei com preguiça de descer e subir com Lipe no carrinho - ou então administrar um carrinho dobrado e Filipe-de-mãos-dadas-querendo-fugir. Sou do tipo que é movida pela raiva às vezes. Fiquei tão pê da vida com a falta de acessibilidade que criei energia para andar mais 1 hora. Anger is an energy, já diria a letra do PIL. Run, Forrest, run.
Chegamos no hotel a tempo de pegar uma piscininha para refrescar. Mais tarde, vi no jornal que Xangai havia sido atingida por uma onda de calor que maltratava o Hemisfério Norte. Estava explicado.
João chegou no fim da tarde e nos convidou para passear no The Bund, talvez o principal ponto turístico de Xangai. Eu estava exausta, mas topei ir - porque eu sou pé de rua mesmo! Pegamos um taxi e chegamos à orla do Rio Huangpu no fim da tarde. De lá, dá pra ver os prédios que são cartões-postais da cidade, como a torre Pérola Oriental e o famoso Abridor de Garrafas (Shanghai World Financial Center).
O passeio no The Bund era para ser apenas uma brisa, algo tranquilo para relaxar depois de um dia cansativo. Que nada! Muitas coisas aconteceram nesse fimzinho de dia, mas isso será assunto para o nosso próximo post.
Aquela torre vermelha ali atrás é a famosa Oriental Pearl, cartão-postal da cidade. |
** Restaurante do dia - Barbarossa, no People´s Square **
Ponto alto: vista maravilhosa e drinks com preços em conta para a zona turística (prosecco de qualidade por 30 CNY). Relativamente kid friendly, com cadeirinha, prato e colher para as crianças. Também oferecem kids menu, se não me engano.
Ponto fraco: a comida é boa, mas nada extraordinária para o preço cobrado. Lugar bom para beber e curtir a vista
★★★ Mãe Viajante deu 3 estrelinhas
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